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Alto galão

Cida Schoenacker, socióloga, nasceu em São Roque, no interior de São Paulo, em 1938. De seus tempos de menina, mais ao menos aos 12 anos, ela traz boas lembranças de uma brincadeira chamada alto galão.

O alto galão era uma versão da brincadeira de estátua, mas tinha uma dinâmica um pouco diferente. "Alguém conhecido encontrava você na rua ou em outro lugar, apontava o dedo e dizia: ‘Alto galão!’. Imediatamente, você deveria ficar estática, parando na posição em que estivesse, sem se mexer", lembra.

Até quando? Quem dava a ordem, passados alguns minutos, dizia: ‘Pode sair’. Aquele que se mexesse durante o período em que deveria ficar imóvel recebia um castigo –ficar pulando num pé só, por exemplo.

"Fazíamos essa brincadeira em qualquer lugar, mesmo que houvesse algum perigo. Lembro-me de ter ficado estática numa rua do entorno do largo São Benedito, morrendo de medo que passasse algum carro, eram poucos na época", conta.

Mas ela lembra que não queria receber o castigo do Agostinho, um menino mais velho, que nem era seu amigo.

Hoje, ela e o marido ensinam brincadeiras como a do alto galão para o neto, Felipe. "Às vezes, quando vamos vê-lo, temos que ficar estáticos por alguns minutos por conta do alto galão", diverte-se.