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Guerra de rua

A disputa de território é uma antiga brincadeira de criança. Em Porto Velho (RO), meninos e meninas dos bairros de Areal e Mocambo "guerreavam" com petecas (como são conhecidas as bolinhas de gude por lá).

Nei Mura, que nasceu em 1977, entrou nessa "guerra" com os amigos de infância, Edjales Fama e Rodrigo DG. Hoje a batalha desses meninos crescidos é divulgar o hip hop da floresta, ou seja, manifestações como rap, break e grafite marcadas pelo ritmo do "banzeiro", uma maneira de definir o jeito amazônico de ser.

Ele conta que existiam duas "facções" (grupos rivais). Uma do Areal e outra do Mocambo. A "faixa de Gaza" (ou a zona neutra) era o córrego Santa Bárbara. "Quem caía para a baixada do Mocambo levava lapada de peteca [bolinha de gude]", conta Nei.

Os meninos usavam como "armas" de guerra as baladeiras (estilingues). Quando os "cabeças" (líderes) precisavam fazer acordo, eles se encontravam "numa quebrada" (num campo neutro). Ali faziam alianças e decidiam por tempos de paz