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Galinhas, pintinhos e raposas

Ter bastante espaço para brincar em um quintal com animais, puxa, que delícia! Foi assim a infância da educadora Ana Paz, nascida em Sobral (CE), em 1957.

"Uma brincadeira que eu gostava bastante é a da galinha e dos pintinhos porque, no Nordeste, esses bichos são criados soltos, no quintal", explica.

A brincadeira era um pega-pega incrementado. Uma garota maior era escolhida para ser a galinha. Os meninos geralmente faziam o papel de raposas.

"A menina falava: ‘Meus pintinhos, venham cá’. E os pintinhos diziam: ‘Não, tenho medo de a raposa me pegar!’. Alguém dizia: ‘Já!’ E todos saíam correndo. As raposas tentavam pegar os pintinhos, e a galinha tentava protegê-los. Os pintinhos que conseguiam chegar até a galinha estavam a salvo. O pintinho que fosse pego virava a raposa, virava o pegador."

Ana, que trabalha com questões indígenas atualmente, acha que essa brincadeira é um jeito de entender como é que funciona a cadeia alimentar. "Ser pegador ou ser ‘pegado’ faz parte da grande cadeia da vida."