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Daraína Pregnolatto

Na roda, todos somos iguais

“Nas brincadeiras, as gerações se reaproximam. Mesmo que a família não esteja ali na roda, depois, em casa, a criança leva a experiência, puxando a memória da mãe e do pai. Todos entram na roda.”

"Daraína" é "Adriana" depois de uma boa mistura, coisa que a educadora Adriana Pedroso Pregnolatto adora fazer. De suas misturas, surgiram os grupos Flor de Babaçu, Cupuaçu e Flor de Pequi, que se reúnem para brincar. Nesses encontros, a criança dá a mão ao adolescente e ao adulto, e todos se veem iguais.
Daraína passou por São Paulo (SP), São Luís (MA) e Pirenópolis (GO) em busca de suas raízes. Depois de muito andar, descobriu que seu lugar é no meio da roda.
Em seu trabalho com comunidades, preserva a memória das brincadeiras tradicionais, unindo os moradores numa grande roda.

"Daraína", de onde vem esse nome?

É um anagrama. Faz 20 anos que eu ganhei esse apelido, há 15 anos eu o uso "oficialmente".

Você coordenou os grupos Flor de Pequi, Cupuaçu e Babaçu. Fale um pouco de cada um.

Cupuaçu é do morro do Querosene. É um grupo que pesquisa, mas também propõe algumas vivências, tem um foco grande na apresentação. Tem a questão da coreografia. Já o Chamató tinha uma outra característica de brincadeira. A gente se apresentava, mas sempre com a intenção de convidar as pessoas a se integrarem ao grupo. Mas ainda tinha o vínculo com a coreografia. No "Flor de Babaçu", existia o vínculo com a brincadeira, com a coreografia e também chamava as pessoas. Ia muito para as escolas, praças, criava um movimento.

Já Flor de Pequi é diferente. Como é esse trabalho?

Quando a gente trouxe o Flor de Pequi para cá, pensei que fosse totalmente rua. Não quero esse negócio de ensaio, é rua, rua. No convívio, mesmo. E funcionou muito bem. Mas não tem essa história de apresentação. Começamos a ver que isso estava muito frágil. Chega um momento em que você percebe que a relação comunitária é muito maior, muito mais bonita. E a gente entra nos lugares com essa Flor de Pequi e é um barato. E todos se encantam, criança, adulto, homem, mulher, todos entram na roda e brincam.

Vocês têm uma sacolinha onde guardam as brincadeiras e as crianças sorteiam de que vão brincar. Como é que essa história começou?

Começou numa dança coral, que eu realizei em Pirenópolis, anterior à criação do Flor de Pequi. Tínhamos uns papéis onde escrevíamos brincadeiras inteiras e depois elas aos pedaços, que iam juntando pedaço de uma, pedaço da outra, e inventando um monte de brincadeira doida. E aí criamos essa sacolinha das brincadeiras. E aí, uma vez brincando no Flor de Pequi, uma das crianças achou essa sacolinha, da dança coral que tinha acontecido dois anos antes. Essa sacolinha é o maior sucesso. Elas continuam trazendo brincadeiras novas para colocar na sacola. Quando não vamos lá, eles fazem o Flor de Pequi deles. Pegam latas, um finge que é a Daraína e inventam brincadeiras.

E quando você chegou a Pirenópolis, houve uma mistura entre as brincadeiras que você levou e o repertório das crianças daí?

Acho que este aqui foi um povo tão oprimido que as brincadeiras que existem ou são dos mais velhos ou são da escola -e ensinadas daquele jeito em que toda criança aprende igual. A gente tem que ficar cutucando para que eles se lembrem de alguma coisa. Aí vão atrás da mãe ou do pai para trazer uma brincadeira nova. É uma coisa muito escondida. Existia o repertório, mas os mais velhos não passavam para as crianças. Por isso é importante as crianças voltarem a brincar na comunidade.

As brincadeiras têm muito do tocar, do pegar, da relação do grupo. Qual é a importância dessa relação no brincar?

A gente percebe que, apesar de ser uma comunidade em que todos têm um convívio grande, são pessoas mais simples, do Bonfim (onde fica a Vila Mutirão), menos favorecidas financeiramente. Mas a coisa do corpo, do toque, é muito próxima da violência, ou é muito próxima daquilo que a mídia considera aceitável, que é o funk, o axé, em que todo mundo se esfrega, e as crianças fazem sem nem saber o que estão fazendo. Então a gente procura trazer esse aspecto lúdico, essa coisinha simples da criança, da brincadeira ingênua. E trazer para esse toque descompromissado. A gente pode se tocar sem ser com violência e sem ser com sexualidade. A gente pode se tocar porque é amigo, porque está brincando juntos. E eles gostam muito.

O que a brincadeira proporciona para o crescimento dessas crianças?

Primeiro a integração entre eles e com pessoas de outras idades. A dona Narcisa, por exemplo: hoje todas as crianças sabem quem ela é. Ela tem outro respeito na comunidade, outro reconhecimento. As gerações vão se reaproximando. Mesmo que a família não esteja ali na roda, depois, em casa, a criança leva a experiência, puxando a memória da mãe e do pai. Todos entram na roda.

A sua atuação é de brincante. O que é ser brincante?

Para mim, é estar em convívio com as pessoas da comunidade, que rememoram essas brincadeiras. É estar brincando sem compromisso de apresentação, é buscar esse modo de se relacionar com as crianças por intermédio da brincadeira.

Renato Stockler/Na Lata Daraína Pregnolatto
 
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